Vidro do Deserto na jóia de Tutankhamon

 


Em 1996, no Museu Egípcio, no Cairo, o mineralogista italiano Vincenzo de Michele viu uma "mineral"
 verde e amarelo incomum no meio de um dos colares de Tutankhamon. Observou-se que a jóia parecia ser de vidro, no entanto, aquele vidro era mais velho
do que a mais antiga civilização egípcia.


Tutankhamon peitoral com escaravelho do deserto de vidro, Museu Egípcio (TV6/BBC)
Jóia de Tutankhamon com
escaravelho de vidro do deserto.
Sendo o vidro por si mesmo um enigma científico, a comunidade científica se perguntava como aquele "mineral" foi parar no Egito e quem o produziu. Surgiram diversas tentativas explicativas, mas uma delas que relaciona a uma queda de meteorito é um tanto interessante.

Um  astroquímico sugeriu que o vidro tinha sido formado a uma temperatura tão elevada que só poderia haver uma causa conhecida: o impacto de um meteorito com a Terra.

Um geofísico americano, John Wasson, seguindo a ideia  do astroquímico, lembrou que em 1908 uma explosão destruiu 80 milhões de árvores em Tunguska, na Sibéria, e se perguntou se uma explosão semelhante poderia ter produzido calor suficiente para transformar o solo em vidro no deserto egípcio, apesar de não haver nenhum sinal de meteorito.


A detonação da primeira bomba atômica, no Novo México, em 1945, criou uma fina camada de vidro na areia. Mas a área de vidro no deserto egípcio é muito maior. Logo, o que aconteceu no Egito deve ter sido muito mais forte do que uma bomba atômica. 


Em 1994, cientistas observaram o cometa Shoemaker-Levy colidir com Júpiter. Ele explodiu na atmosfera de Júpiter, e o telescópio Hubble registrou a maior bola de fogo já vista despontando do horizonte em Júpiter. Mark Boslough, especialista em fazer modelos de grandes impactos em supercomputadores, criou uma simulação de um impacto semelhante na Terra. A simulação revelou que um impacto desse tipo poderia realmente gerar uma bola de fogo na atmosfera, criando temperaturas de superfície de 1.800º C, e deixando para trás um campo de vidro. 

No Sudeste da Ásia, John Wasson descobriu vestígios de um evento 800 mil anos atrás, que foi ainda mais forte e destruidor do que o no deserto egípcio, que produziu vidro em mais 300 mil milhas quadradas, sem nenhum sinal de uma cratera. 

De acordo com Boslough e Wasson, eventos semelhantes ao de Tunguska poderiam acontecer frequentemente quanto cada 100 anos, e até mesmo o efeito de uma pequena explosão aérea seria comparável a várias bombas de Hiroshima. 


Fonte: BBC NEWS

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