Em 2002, um representante da indústria de gás apareceu nas
terras de John Willians (um senhor até então pouco conhecido) no distrito de Bradford (norte da Pensilvânia) na tentativa de
arrenda-las (170 dólares) para explorar uma jazida de gás. A desconfiança de
Willians fez com que recusasse a proposta do desconhecido representante. Mas em
2006, uma mulher, em nome de outra empresa, fez uma oferta
mais apetitosa de 400 dólares por hectare. Com o mercado a ferver em 2007, o telefone de Willians vivia em constante chamada, com alguém fazendo propostas de arrendamento. Por consequência, em 2008, John cede a uma das propostas. Arrendou por 5500 dólares por hectare, mais royalties, que nos picos de produção lhe permite um rendimento por volta de 15000 dólares ao mês.
mais apetitosa de 400 dólares por hectare. Com o mercado a ferver em 2007, o telefone de Willians vivia em constante chamada, com alguém fazendo propostas de arrendamento. Por consequência, em 2008, John cede a uma das propostas. Arrendou por 5500 dólares por hectare, mais royalties, que nos picos de produção lhe permite um rendimento por volta de 15000 dólares ao mês.
A história desse pai de 5 filhos e 55 anos de idade, permite
que ele faça parte de uma corrida que está a provocar uma revolução energética
nos Estados Unidos, e de certa forma, no mundo.
Ocorre que embaixo das terras de John, há uma imensa placa
de xisto, uma formação rochosa de
milhões de anos (batizada de Marcellus) que aprisiona, dentro dela, uma imensa
reserva de gás – o chamado gás xisto.
Essa rocha subterrânea é extraordinariamente grande no
tamanho e no seu potencial. Estende-se do estado de Nova York a Ohio, passando
pela Pensilvânia e Virginia Ocidental. Estima-se que contenha uma das maiores
reservas de gás do mundo, que é simplesmente capaz de atender à demanda americana
no nível atual por cerca de 100 anos. Por não bastar, a Marcellus está centrada num dos maiores mercados consumidores
de energia do mundo (região metropolitana de Nova York, Filadélfia, Pittsburgh
e Boston).
Embora se conheça há
décadas da existência de Marcellus e de seu potencial, extrair o gás da rocha
exigia uma combinação de tecnologia e
baixo custo, que se materializou no início da década passada, quando se
associou a perfuração horizontal com a técnica do fracturamento hidráulico.
Tem-se que há duas semanas,
essa explosão de acontecimentos relacionados ao petróleo e ao gás de
xisto dos Estados Unidos acabou sendo reconhecido no relatório divulgado pela Agencia Internacional de Energia, em
Paris. Segundo o documento, os Estados Unidos serão o maior produtor de
petróleo do mundo em 2017, superando a Arábia Saudita e a Rússia , atuais
líderes mundiais. Sugere que em 2030, estarão exportando mais petróleo do que
importam e, cinco anos mais tarde serão autossuficientes em energia.
Somando-se a exploração das jazidas de petróleo e gás de
xisto, o incentivo às fontes de energia limpa (solar e eólica) e as medidas
para fazer carros mais econômicos, os Estados Unidos estão vivendo uma
abundância de combustíveis fósseis – e falar em autossuficiência deixou de ser
aquele sonho distante que os americanos buscam desde o governo Richard Nixon,
nos anos 70.
Todavia, não é de se espantar, há um movimento
MarcellusProtest.org contra o fraturamento hidráulico, que os americanos chamam
de fracking, o qual, ambientalistas
dizem que a nova tecnologia compromete a água potável e a qualidade do
ar, e até aumenta o risco de tremores de terra.
Fonte: VEJA
Fonte: VEJA
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