Métodos geofísicos serão aplicados em estudos de um dos vulcões mais ativos do planeta, o Etna.

 





Sessenta pesquisadores de todo o mundo se reúnem para estudar os processos de ascenção magmática  de um dos vulcões mais ativos do planeta, o Etna.


Para dar início ao projeto " Tomo- Etna " , o Instintuto Nacional de Geofísica e Vulcanologia - INGV - Seção Catania, realizou uma conferência de imprensa no dia 28 de
maio 2014.

Nos próximos meses de junho e julho terá lugar na Sicília, no monte Etna e na porção frente ao mar, uma experiência científica coordenada pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia - Seção Catania, com o nome " Tomo- Etna " , que terá a participação de mais de 60 pesquisadores de todo o mundo, entre eles: Itália , Espanha, Alemanha , Rússia, Estados Unidos, Irlanda e México . A pesquisa será conduzida no âmbito de dois projetos europeus " Mediterranean supersite Volcanoes (Medsuv)" e " Eurofleets 2".

Segundo o diretor de pesquisa da seção INGV - Catania, Domenico Patane, o objetivo do experimento "Tomo- Etna " é analisar as estruturas tectônicas e subvulcânicas da crosta sobre a qual o Monte Etna se apoia, incluindo áreas adjacentes em terra e  mar , através de técnicas sísmicas ativas (explorando as ondas geradas na água com ar comprimido ) e passiva (por meio da gravação de eventos sísmicos naturais).

Contribuirão à pesquisa  juntamente com as unidades navais da Marinha italiana, o navio de pesquisa espanhol " Sarmiento de Gamboa " e o navio grego " Aegea " .

O Etna está localizado em uma região complexa em termos de geodinâmica , onde a distribuição das principais estruturas tectônicas (falhas) desempenha um papel fundamental na dinâmica eruptiva. Suas raízes estão em uma zona de convergência , onde se tem os movimentos compressivos, devido à subducção da placa Jônica sob a da Calabria , e movimentos distensivos, devido ao movimento de rotação de uma porção da placa africana em colisão com a placa euroasiática. Ainda hoje, as principais limitações na compreensão da dinâmica deste vulcão reside em parte na falta de conhecimento das características estruturais da sua base e da crosta intermediária e profunda .

 Os sinais sísmicos serão adquiridos em terra por meio de uma rede sísmica permanente do INGV, integrada a uma rede temporária de 100 estações que serão colocadas sejam no Etna, sejam nos territórios circundantes, nas províncias de Catania, Messina e Siracusa. No fundo marinho será disposta uma rede de estações sísmicas (OBS/H , Ocean Bottom Seismometers), para o registro de sismicidade artificial e natural..

A rede de estações OBS cobrirá uma zona que se estende da área etnea até o arquipélago das ilhas Eolie com o objetivo de investigar as estruturas tectônicas regionais que se estendem do mar Tirrenio meridional ao Jônico e que interagem com o sistema vulcânico etneo. Durante a pesquisa serão utilizados magnetômetros e gravímetros a fim de realizar mapas de anomalia magnética e gravimétrica.

O conjunto de dados coletados durante o experimento permitirá realizar uma tomografia acurada da área de estudo , capaz de lançar uma nova luz sobre a compreensão dos processos de ascenção magmática do Etna conforme conclui Patane. 

 FONTE: iETNA. Acesso 28/05/14

 

Oziel Araújo
Oziel Araújo, graduando em Geofísica pela Universidade Federal do Pampa - Caçapava do Sul, Brasil. Possui particular interesse no uso dos métodos sísmicos  para exploração de bacias sedimentares.


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